Dom Bosco, quando jovem sacerdote, recuperou-se miraculosamente de uma doença mortal graças às orações de seus jovens que não se resignavam em perdê-lo. Afirmou a eles: “A vós devo a recuperação e a vida. Por vocês darei toda minha energia até ao último respiro”. E foi assim. Sobre o leito de morte, quarenta e cinco anos depois, seu pensamento era ainda para eles: “Aguardo-vos todos no paraíso”. Não se supunha Dom Bosco sem os jovens. Nem mesmo no Paraíso.
Quando se quer bem de verdade, não se põem reservas ou limites. O verdadeiro amor tem seus sinais, seus dons. E o maior dom, indiscutivelmente, é a vida: energias, inteligência, trabalho, noites e dias consumidos por amor. Não só palavras, mas atitudes, ações.
É ainda Dom Bosco que fala aos Salesianos: “Não basta querer bem, é preciso que os jovens percebam que são amados…”, no decorrer de todos os dias. Por eles e com eles compartilhar sonhos e esperanças, ouvir, acompanhar, consolar, despertar, encorajar… “Por vós estudo, por vós rezo, por vós me afadigo…” confidenciou certo dia Dom Bosco num comovente diálogo com os jovens. E os jovens correspondiam com a proximidade e o afeto. E cresciam honestos cidadãos e bons cristãos.
Dom Bosco afirmava que a educação é coisa do coração, síntese de sabedoria pedagógica apontando a mais eficaz estratégia de sucesso educativo. Tudo pode servir, mas se não houver coração, arriscam-se ficar adormecidos os melhores propósitos e os laços humanos desaparecerem. Construir-se-á perfeitas máquinas; não, porém, o ser humano.
Que a celebração dos 128 anos do falecimento de Dom Bosco, possa levar a Família Salesiana, fundada por ele, e a todos os admiradores do “pai e mestre” dos jovens, a contemplar o passado com gratidão, a viver o presente com confiança e a sonhar o futuro com esperança, pautado pelo serviço humilde e generoso com e para os jovens.
Pe. Orestes Carlinhos Fistarol
Inspetor Salesiano – Belo Horizonte – MG
Conselheiro da União Brasiliense de Educação e Cultura (UBEC)