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Consciência Negra: “Acesso à educação de qualidade é o caminho para igualdade de direitos”

No dia em que se celebra a consciência negra, o presidente da UBEC reforça a importância da educação para a superação das desigualdades

consciencia negra ubecReafirmar a luta cotidiana pela superação do racismo, na perspectiva de construção de uma sociedade justa e igualitária; empoderar-se, reconhecendo-se enquanto sujeito social, político e protagonista da sua própria história. Essas são algumas das razões para celebrar o Dia da Consciência Negra, que foi instituído em âmbito nacional pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, para homenagear a morte de Zumbi dos Palmares, líder negro de grande importância na luta para o fim da escravidão no Brasil.

No mercado de trabalho, pretos e pardos enfrentam mais dificuldades na progressão da carreira, na igualdade salarial e são mais vulneráveis ao assédio moral, afirma o Ministério Público do Trabalho. Essa discrepância, revela o abismo social que distancia brancos e negros da educação às oportunidades de ascensão profissional. Uma das razões para isso, é a colocação precoce no mercado de trabalho, o que afeta a escolaridade.

A chance de um negro ser analfabeto é 5 vezes maior que um branco. Eles representam 68% dos analfabetos do país segundo o IBGE. Somente 1 pessoa a cada 4 com ensino superior é negra. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, em 2016, negros ocupavam 45,2% das vagas para ensino fundamental, 44,7% dos que pediam ensino médio, ainda que incompleto, mas apenas 27% dos empregos que exigiam ensino superior no Brasil.

Em uma projeção, a pesquisa “A distância que nos une – Um retrato das Desigualdades Brasileiras” da ONG britânica Oxfam, dedicada a combater a pobreza e promover a justiça social, revela que somente em 2089 – daqui a pelo menos 71 anos, brancos e negros terão uma renda equivalente no Brasil.

Diante dessa realidade, a UBEC se engaja na luta para a superação de desigualdades, cumprindo a sua missão filantrópica de transformar através da educação e formar cidadãos conscientes para um mundo melhor e mais igualitário. Cada unidade de missão atua no âmbito social em suas comunidades, além disso, gera empregos e oportuniza o acesso de pessoas em situação de vulnerabilidade ao padrão católica de ensino, independentemente de cor, raça, gênero.

Primeiro Irmão negro na Província Marista Brasil Centro-Norte, o presidente da UBEC, Ir. José Nilton Dourado, considera doloroso qualquer discurso excludente e declara que não se permite silenciar diante das desigualdades. “Como negro, vindo de uma comunidade pobre do Nordeste, hoje ocupo um lugar de liderança porque tive a oportunidade de estudar. Também encontrei apoio dentro da minha congregação que me incentivou a enfrentar qualquer tipo de discriminação, tendo a responsabilidade e a coragem para reivindicar os meus direitos, independentemente da cor da minha pele. ”

Como religioso, ele explica que todos são iguais perante a Deus e à sociedade, e que o Dia da Consciência Negra nos relembra Zumbi de Palmares e a história de muitos negros que lutaram e lutam pela reivindicação dos seus direitos.

Ele ressalta que o acesso a uma educação de qualidade é o caminho para igualdade. “O país precisa investir naquilo que é principal: uma educação que contemple a todos indiscriminadamente e que forme cidadãos para serem autossuficientes. No dia em que todos tiverem a capacidade de comerem o pão fruto do seu trabalho, no dia em que todos tiverem moradia, no dia em que os cidadãos do Brasil tiverem seus direitos reconhecidos de acordo com a lei, as cotas não serão mais necessárias. ”

Dom Zanoni Demettino Castro, arcebispo de Feira de Santana (BA) e referência da Pastoral Afro-Brasileira, afirma que para superar as desigualdades que atingem  negros e negras no país é necessário trilhar o caminho da superação da fome, oferecer educação de qualidade e também oportunidades à esta população. “As ações afirmativas, como cotas raciais para ingresso na universidade, são essenciais nesta empreitada”, comenta.

Para ele, o reconhecimento e a valorização das comunidades remanescentes de quilombos também é um passo importante neste caminho de superação das desigualdades entre brancos e negros. “O povo brasileiro precisa ser assumido. O negro deve ser visto como protagonista da gestação de nova sociedade”, disse.

Racismo e violência

A população negra é a mais afetada pela desigualdade e pela violência no Brasil. O alerta é da Organização das Nações Unidas (ONU).

Atualmente, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. De acordo com informações do Atlas, os negros possuem chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação a brasileiros de outras raças.

Segundo o IBGE, mais da metade da população brasileira (54%) é de pretos ou pardos, sendo que a cada dez pessoas, três são mulheres negras, que também são mais vitimadas pela violência doméstica: 58,68%, de acordo com informações do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, de 2015.

Comunicação UBEC – Nívia Cerqueira

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