Em alusão ao Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro em todo o Brasil, a Católica do Tocantins convidou Aires Panda, estudante africano, para falar aos alunos sobre a cultura da Angola. Em sua conversa com os alunos, Panda falou sobre os idiomas presentes, a cultura do casamento que acontece em três fases: bater a porta, alambamento e o casamento tradicional feito na igreja. “Na primeira fase, o noivo vai até a casa da noiva para conversar com o pai e contar suas intenções; a segunda fase é o alambamento, quando o rapaz antes do casamento vai até o tio da noiva para marcar a data do pedido e pegar a lista do dote, para que o casamento se concretize. No dia marcado, o noivo e sua família vão até a casa da noiva, onde é lida a carta de pedido de casamento e conferido os itens do dote. A terceira fase é o casamento na igreja e cartório”, contou Panda.
O estudante também apresentou casos famosos da cultura africana, como as mulheres ricas, que enchem o corpo com pulseiras de ouro.
A noite foi ministradas palestras sobre formação da identididade étnico raciaal e o negro no Brasil, e também oficinia sobre penteados de cabelo e maquiagem.
Dia da Consciência Negra – O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na região Nordeste do Brasil. Zumbi foi morto em 1695, por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho.
Com a redemocratização do Brasil e a promulgação da Constituição de 1988, vários segmentos da sociedade, inclusive os movimentos sociais, como o Movimento Negro, obtiveram maior espaço no âmbito das discussões e decisões políticas. A lei de preconceito de raça ou cor (nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989) e leis como a de cotas raciais, no âmbito da educação superior, e, especificamente na área da educação básica, a lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira, são exemplos de legislações que preveem certa reparação aos danos sofridos pela população negra na história do Brasil.