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Educação, unidade e missão: instituições católicas como instrumento de transformação

“Sinto-me profundamente comprometido em trabalhar por um mundo melhor”, Ir. Flávio Azevedo.
“Sinto-me profundamente comprometido em trabalhar por um mundo melhor”, Ir. Flávio Azevedo.

Membro do Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs e do Conselho de Administração da UBEC – União Brasileira de Educação Católica, Ir. Flávio Azevedo dedica sua vida há 25 anos à missão lassalista.

O religioso é formado em Filosofia pela Universidade Católica de Brasília (UCB) e especializado em Supervisão Escolar, Administração e Planejamento Escolar e em Orientação Educacional, com experiência em gerir instituições educativas e religiosas. Hoje, está à frente da gestão da Rede La Salle, atuando na Sede da Congregação no Brasil, em Porto Alegre/RS.

Ir. Flávio conversou com a redação da UBEC sobre a atuação lassalista e sua trajetória. Na entrevista, ele fala sobre o legado pedagógico de São João Batista de La Salle e as contribuições dos Irmãos Lassalistas pelo mundo. “As instituições lassalistas e a UBEC são instrumento de transformação para milhares de crianças, adolescentes e jovens.”

UBEC – Qual a relação de São João Batista de La Salle com a Educação?

Ir. Flávio – São João Batista de La Salle foi um desbravador na área da educação, em um tempo em que o Estado não atendia à população nessa área. Na época, as únicas opções de acesso à educação formal para as famílias dos trabalhadores eram através de escolas paroquiais, mantidas pela caridade ou em estabelecimentos de mestres calígrafos, que se sustentavam por meio do ensino pago.

La Salle começa o seu trabalho fundando escolas gratuitas, abertas a qualquer criança ou jovem que quisesse aprender. Inova o ensino da época oferecendo a educação em Francês, que era a língua dos trabalhadores, e não em latim, como era o costume da época.

“A graça que lhes concedeu de ensinar as crianças, de anunciar-lhes o Evangelho e de educar seu espírito religioso é um grande dom de Deus”, La Salle.

Responsável por um dos primeiros manuais pedagógicos da história da educação, o Guia das Escolas, e pela fundação do Seminário para Mestres, a primeira escola de formação de professores da França, La Salle dividiu os alunos por idade e nível de conhecimento e introduziu o ensino simultâneo, que é seguido até hoje no mundo todo. Seus escritos serviram de base para várias outras congregações posteriores e moldaram a educação na França por mais de um século.

UBEC – A educação lassalista se baseia em que ensinamentos?

Ir. Flávio – É muito difícil resumir em breves palavras a proposta pedagógica lassalista. De fato, não há um modelo ou teoria pedagógica com a qual nossa proposta se identifique ipsis literis.

A Congregação elabora seu projeto de ação educativa a partir dos diversos modelos conhecidos, reunindo o que há de melhor em cada um deles. Assim, não se pode dizer que a escola lassalista segue a teoria construtivista à risca. Mas, aproveitamos elementos importantes dessa teoria na formulação de nossa metodologia. Também não aplicamos um modelo estritamente sócio-interacionista ou montessoriano, mas buscamos nessas teorias elementos que venham a enriquecer nosso agir.

A essência da proposta educativa lassalista pode ser melhor compreendida através de alguns pressupostos que embasam nossa ação pedagógica:

  1. O aluno é o sujeito principal de seu aprendizado. O professor é um mediador do processo. E como protagonista de sua aprendizagem, o aluno não é como um papel em branco, no qual o professor registra um conteúdo. Na sala de aula, o professor faz o papel de mediador entre o conhecimento formal, historicamente instituído, e o aprendiz. Ao professor cabe articular, orientar e organizar os métodos e recursos de ensino, criando condições favoráveis para que o aluno possa se apropriar desse conhecimento. Ao aluno, cabe servir-se dos elementos que o professor coloca à sua disposição para construir entendimentos, conceitos e práticas.

  2. A criança e o jovem aprendem fazendo. O processo de ensino-aprendizagem só é eficaz se conseguir alinhavar a teoria com a aplicação prática. A criança aprende melhor se puder unir o ver e o ouvir com o tocar, o sentir, o mexer, o investigar, o descobrir. O conhecimento é fruto da experiência de tentar e errar. Nessa perspectiva, a educação se dá em todas as experiências vividas pelo aluno: nas aulas, nas atividades individuais, nos trabalhos em grupo, nas experiências práticas, nos momentos de lazer e na interação com os colegas.

  3. A educação é um processo global, abrangendo o todo da pessoa. A educação lassalista não se fixa apenas no desenvolvimento cognitivo da criança. A função da escola não é formar “enciclopédias humanas”, e sim preparar pessoas para os desafios da vida. Educação, portanto, exige ajudar a criança a desenvolver-se nos aspectos intelectual, físico, emocional, relacional, moral e espiritual.

  4. Educar é mais que construir conhecimento, é desenvolver competências e habilidades. Não basta dispor do conhecimento, é preciso saber como usá-lo. O jovem de hoje precisa saber comparar informações, classificá-las, analisá-las, discuti-las, descrevê-las, opinar sobre elas, julgá-las, fazer generalizações, analogias, diagnósticos. A educação precisa instrumentalizar o aluno para lidar com os desafios do mundo.

  5. Ensino eficaz é contextualizado e problematizador. Os conteúdos trabalhados em sala de aula devem estar interligados com as experiências que fazem parte da vida cotidiana do aluno, para que tenham significado. Ele compreenderá melhor as novas informações se puder associá-las a conteúdos que já lhe são familiares. O ensino deve levar o aluno a refletir, a questionar-se, a levantar hipóteses, a buscar soluções. O ser humano só ultrapassa seus limites quando é desafiado a fazê-lo.

UBEC – A província La Salle Brasil-Chile é uma das províncias religiosas fundadoras da UBEC. Como se dá a missão e atuação dos irmãos lassalistas?

Ir. Flávio – Os lassalistas atuam basicamente na educação, que é o nosso ministério maior. Temos ações nas áreas da assistência social, da saúde e da pastoral, mas sempre de modo vinculado ao trabalho desenvolvido nas nossas escolas e instituições de ensino superior. No âmbito da UBEC, nossa participação está na área da gestão e acompanhamento, contribuindo para que o grupo consiga concretizar seus fins estatutários, que são os de contribuir para a formação humana, cultural, social e cristã do jovem, oferecendo um ensino de excelência e um quadro de valores a partir dos quais o jovem possa construir um futuro melhor para si, para sua família e para toda a sociedade.

UBEC – Qual a importância de fazer parte da UBEC?

Ir. Flávio – Integrar o grupo UBEC nos permite ampliar o raio de atuação, uma vez que nossos objetivos, enquanto Congregação, são os mesmos da UBEC: ser uma presença cristã transformadora e geradora de vida junto àqueles que necessitam. Desta forma, atuar em uma instituição lassalista ou em uma instituição mantida pela UBEC envolve o mesmo desejo fundamental de ser o rosto salvador de Cristo para os que buscam conhecimento e uma vida melhor.

UBEC – Qual sua motivação para seguir os princípios de São João Batista de La Salle?

Ir. Flávio – As motivações que levaram São João Batista de La Salle a agir em sua época são muito semelhantes às de todas as pessoas de boa vontade que, hoje, não se conformam com a realidade dos que sofrem e buscam construir uma realidade nova. Nesse aspecto, sinto-me profundamente comprometido em trabalhar por um mundo melhor, mais justo e mais solidário, a exemplo de La Salle e de pessoas como Dom Bosco, Marcelino Champagnat, Maria Mazzarello e Gaspar Bertoni.

“Sinto-me profundamente comprometido em trabalhar por um mundo melhor”

O Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs e a UBEC me oferecem meios concretos de colocar esse desejo em prática. Tenho consciência de que o bem que se realiza através das escolas lassalistas ou das unidades de missão da UBEC no Brasil servem de instrumento para milhares de crianças e jovens construírem um futuro melhor, com mais esperança e desejo de vencer as adversidades. E isso é extremamente gratificante e motivador.

Comunicação UBEC – Carol Lira

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